Sempre me apaixonei por palavras que acabara
de conhecer cujos significados eram conceitos ou acepções extremamente
interessantes. Foi assim, há um tempo, quando procurei o que era “resiliência”.
Virou um mantra a ser repetido. Com menos carga sentimental e mais humorística,
uso muito as palavras “incólume”, “empírico”, “insólito” e ”inóspito”.
Lembro-me de um dia ter respondido a uma colega de trabalho que não havia
encontrado o livro que ela tinha me pedido emprestado porque habitava um lugar inóspito do meu guarda-roupas.
Recentemente coloquei no meu
rol de xodós a palavra epítome. Sua
acepção é a seguinte: o que resume, simboliza, serve como modelo
ideal de. Gostei bastante do significado. A partir desse conhecimento,
fui viajando por quanta epítome tem espalhada por esse mundão. Mas também
pensei que cada nova epítome pode ter uma parcela bastante subjetiva. É uma
palavra que depende do indivíduo que a aplica. Por isso, fiz a minha própria
lista de epítomes.
Praia (com sol) é meu epítome de
passeio; escrever é meu epítome de meio e objetivo de vida; família é meu
epítome de suporte; amizade é meu epítome de diversão; futebol é meu epítome de
esporte; um bom filme ou série é meu epítome de aconchego; endorfina é meu
epítome de euforia; humorizar a vida é meu epítome de escape – e também de
inteligência; Woody Allen é meu epítome de bons diálogos; conhecer é meu
epítome de evolução; fé (em seu amplo sentido) é meu epítome de conseguir; meu noivo
é meu epítome de amor.
E para você, quais são seus epítomes?
Dentro ainda da magia das palavras, indico o texto
“Palavreado” muito interessante de Luís Fernando Veríssimo em que ele brinca
também com os vocábulos da língua portuguesa.
A tônica é inversa, o escritor pinçou palavras incomuns e desenvolveu o
texto com significados que ele pensava combinar mais com a ortografia e
fonética. Ele desenvolve um conto utilizando substantivos comuns para nomear
substantivos próprios. Vale a leitura lúdica!