Resiliência. Desde que conheci o significado
dessa palavra, introjetei-a no meu imaginário, sem me desapegar dela. Usaria
quando fosse necessário. Era o meu curinga. E todo ser humano que se deixa ser humano
vai precisar recorrer a esse imponente vocábulo em determinada(s) etapa(s)
da vida.
O senso comum que dita que a nossa
felicidade é conquista individual, talvez seja uma das únicas verdades absolutas
da vida. Ser feliz tem como lastro movimentos muito mais internos do que
externos.
Para absorver bem os pulsos positivos que os acasos da vida nos oferecem, o nosso introspectivo deve estar afiado. Assim como a mãe precisa estar preparada para gestar um bebê; como a terra deve estar arada para que as raízes cresçam; como a vela do barco deve estar na posição certa para chegar ao destino almejado.
Nessa mesma lógica, nós precisamos estar com
o coração limpo e leve, com a mente em plena atividade, com as sinapses
acontecendo de forma efetiva e harmônica para que, consequentemente, as boas
possibilidades que a vida nos proporciona sejam apreendidas com todo fulgor. O
sorriso é nossa grande assinatura, mas é bom lembrar que, os sinceros, que
estampam nosso rosto, vêm do lado de dentro.
Imbuída da frase que eu mesma fiz para ser
meu talismã – nunca estou sozinha, tenho minha cabeça e meu coração – busquei
nas minhas referências exemplos - ficcionais ou não - que endossassem todo essa
delonga de raciocínio. Me lembrei de vários filmes aos quais assisti, livros
que li, músicas que ouvi e, em vários casos, reconheci peculiaridades que aproximaram personagens e eu líricos da minha idiossincrasia.
Para indicar alguns: Sofia, que tinha um
mundo todo dentro de sua imaginação (O mundo de Sofia – Jostein Gaarder); Andy Dufresne (Tim Robbins), de
Um sonho de liberdade (1994) que aturou anos numa prisão, onde ficou,
injustamente, sofrendo mazelas de alto grau, porque tinha dentro de si utopias
tangíveis. Ou ainda o protagonista do fantástico ‘Peixe grande e suas histórias
maravilhosas’ (2003 – Tim Burton), que, em suas fantasias, vivenciava seus mais
valiosos sonhos.
A mistura dos
conceitos resiliência e felicidade neste texto foi proposital. São termos que
tem relação sucessiva: primeiro a resiliência, depois a felicidade, embora os
dois também possam caminhar lado a lado.
Dica musical da vez: Mantra - Nando Reis